
Faço diálise e meu PTH é alto. Por quê?
Primeiro precisamos saber: o que é PTH? É um hormônio que circula no nosso sangue, produzido pelas paratireoides (glândulas ao lado da tireóide no pescoço) e que controlam o metabolismo do cálcio e dos ossos de todo o nosso corpo.
Com a insuficiência renal, diminuímos a filtração dos rins. O cálcio no sangue tende a diminuir porque absorvemos menos cálcio da alimentação. Outras substâncias acumulam e passam a ser tóxicas, como é o caso do fósforo, que vem principalmente das proteínas e aditivos químicos dos alimentos.
O cálcio baixo e o fósforo alto são estímulos para o crescimento das paratireoides do pescoço, que começam a aumentar de tamanho e a produzir muito PTH, para tentar compensar esse problema. PTH alto leva a complicações sérias: calcificação dos vasos e do coração, dor óssea, coceira pelo corpo, deformidade óssea e diminuição de estatura, dificuldade para andar, osteoporose, fratura e piora da anemia.
Pacientes já em diálise devem se preocupar com o controle do cálcio e do fósforo para evitar descompensação do PTH. O valor normal do PTH para esses pacientes em diálise varia de 150-500 pg/mL. Nas fases iniciais deste problema, podemos sim reverter com cuidados na alimentação, na diálise e com uso de medicações. Pacientes com PTH muito alto precisam de um acompanhamento mais detalhado e com bastante cuidado na indicação de terapias medicamentosas. Valores acima de 800-1000 pg/mL necessitam tratamento imediato e há grande possibilidade de precisarmos de tratamento cirúrgico, a paratireoidectomia.
O aumento do PTH no sangue chama-se hiperparatireoidismo. É uma complicação bem comum em pacientes renais crônicos, e quando identificada precocemente pode ser revertida. Mas a qualquer momento, pode e deve ser tratada.