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A nefrologia, como escolha profissional e de vida

Minha mãe me conta que desde menininha eu falava que queria ser médica. Então, não tenho como contar como tudo começou com detalhes. Apenas começou, bem cedo pelo jeito. O vestibular foi vencido no primeiro ano de tentativa e comecei o curso de graduação médica na UFJF ainda com 17 anos. Na área básica, a fisiologia renal já mostrou a relação que o rim tem com vários órgãos, e já me interessei.
Senti que gostava mesmo da clínica médica e do jeito de pensar sobre a funcionamento interligado de um órgão com outros. Mas foi quando comecei a disciplina de Nefrologia é que a paixão veio. Até hoje me lembro da aula que assistia com o prof Rogerio Baumgratz, do local onde estava sentada na cadeira, da discussão do caso clínico, quando percebi que já tinha decidido minha especialidade. E daí para monitoria e para iniciação científica foi um passo.

Terminei minha graduação em Medicina já com um artigo de revisão sobre hipertensão escrito, e com duas decisões. Queria fazer Nefrologia para poder atuar na prática médica e queria fazer mestrado para manter meu vínculo com a pesquisa e a formação de pessoas. Foi quando me mudei para Ribeirão Preto, após uma seleção teórico prática, para a Residência Médica na USP. Foi uma época de bastante trabalho (que parecia que durava décadas naqueles intermináveis plantões de UTR, UE, UTI e bip da parada) e de grandes amizades (que parece que foi ontem, de tão rápido que tudo passou). Colegas e preceptores, quanto aprendizado e quanta lembrança boa, inclusive com alguns (vários) reencontros ao longo desses anos! E durante o estudo da Nefrologia, dentre os ambulatórios, a diálise e o transplante renal, um assunto comum a todos esses aspectos era como o rim afetava o metabolismo do osso e o impacto que isso tinha em todos os pacientes. E o Prof. Leandro Lucca, no seu ambulatório de DMO-DRC (Doença Mineral Óssea ligada a Doença Renal Crônica) foi quem primeiro fez o esquema clássico, no papel mesmo, e rascunhou o rim (calcitriol) ligado a paratiroide (PTH) ligado a osso (cálcio) ligado a intestino (cálcio / fósforo), e eureca, é isso aí que quero aprender mais! Pronto, ele tinha acabado de iniciar a formação de uma nefrologista que nunca mais “largaria o osso”. E o meu pai e mãe adotivos em São Paulo, para onde me mudei logo em seguida, foram nada mais nada menos que o Dr Aluizio Carvalho, na UNIFESP e a Dra Vanda Jorgetti, na USP. Que privilégio trabalhar simultaneamente nas duas maiores faculdades de medicina do país, com os professores que iniciaram a história do osteometabolismo do paciente renal crônico no Brasil.

Com eles, aprendi e agora repasso conhecimento. Além de mestres, são seres humanos incríveis, que deram oportunidades e me deram as minhas asas. O Hospital do Rim, com o prof Medina à frente do maior centro de transplante renal do mundo, complementou e ampliou ainda mais a minha formação. Aqui em São Paulo, eu me senti e fiz minha casa, e já há quase 20 anos trabalho diariamente intercalando atendimento médico com estudo e pesquisa neste assunto. Só posso me sentir grata, porque sim, a nefrologia e as doenças osteometabólicas não são apenas a minha profissão, viraram o que eu sou e vivo hoje.